Meus sonhos verdes

Arrisco-me a escrever aqui tudo que penso,sinto,creio e quero.

Tudo que sou eu.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Quanto tempo tem o tempo?
E quanto tempo dura o tempo
que o tempo tem?


Marcos Felipe

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sabemos fingir

A verdade, é que eu me cansei de ser eu mesmo.
Porque todas as vezes que fui, não voltaram.
E todas as vezes que voltaram, eu não fui.
E não foi.
E se não é, não tem de voltar.

Marcos Felipe

domingo, 16 de dezembro de 2012

Diamantes


Salão de festa
enfeitado com safiras e rubis.
A mão que espera, tira da terra
a pedra certa pra nunca mais
viver assim.

Anseios lapidados pra mudar o nosso tom
Detalhes esquecidos
Pra emudecer o canto altivo
de quem um dia já brilhou.
Mas se deixou levar.
E a cobiça, tantas vezes nobre amiga
Um belo dia, lhe arruinou.

Agora brita, sem valor e boa estima.
Busca paz em tons de cinza
Anda só, sem desfile em avenida.
Provando o gosto amargo
dessa vida esquisita.
E no espelho, agora vê um rosto opaco.
Que um dia, já foi pedra bonita.


Marcos Felipe.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quatro horas e alguns minutos aleatórios


Diamantes não lapidados, são diamantes sem valor.
E a forma que um diamante pode tomar, depende única e exclusivamente dele.
Diamantes só se preocupam com uma coisa:
Brilhar.
Diamantes estão sempre em busca da mesma coisa:
Cobiça.
Precisam disso.
Diamantes pra mim são como brita.
Diamantes que de tanto brilhar, se tornam opacos.
Acabam perdendo a graça.

Marcos Felipe.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Queria ser legal.
Queria assistir televisão
e ver jogos aos domingos.
Queria ver faustão
e globo esporte.
Queria ir pra balada e me sentir bem com isso.
Queria tirar carteira e fazer faculdade de adm
ou virar dentista
e arrancar sorrisos.
Queria ...
Mas não consigo ser assim
e isso me irrita.
É chato viver dessa forma
e eu não queria ser chato.
Mas não consigo ser de outro jeito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O dia em que seus olhos mudaram de cor

Mais uma noite despretensiosa.
Cinza como tantas outras que passei.
A ideia era a mesma, as pessoas eram as mesmas.
Quase tudo já era esperado, até o acaso resolver aparecer.
Mas tudo bem, não mudou muita coisa.
Até então, o plano era o mesmo.
Convite feito, resposta acanhada e acompanhada de um sim quase não.
Receio esquisito de ambas as partes.
Silêncio quebrado com velhas, novas e repetidas histórias.
O tempo chegou e foi embora, mas confesso não ter sentido falta.
Vontade imersa em doses de vodka e muitas palavras que brincavam de se encaixar no ar.
Quatro horas, com mais alguns minutos aleatórios e uma madrugada pela metade.
Quanto tempo tem que já não sei do tempo?
Não vi você chegar, também não me lembro de ver você ir embora.
Esquisito foi notar que já faz tempo que o tempo vem passando
e só agora me dei conta de que seus olhos de menina, mudaram de cor.
Eis a minha indagação mais profunda e incômoda que acabara de surgir:
O que fazer ?
Congelei por alguns segundos pensando em tudo que estava acontecendo naquele momento.
Mais um devaneio torto e aleatório que eu criei, ou realmente algo estava diferente ?
Não sabia (e ainda não sei) transformar essas interrogações em pontos afirmativos.
Tudo que eu consegui pensar e fazer foi me deixar levar.
Estava tão divertido observar você dessa forma, sem seus olhos de menina.
Não me contive, tentei te contar tudo isso da forma mais simples e resumida que pude.
Hesitei. Você também. Mesmo assim, arrisquei.
Venda nos olhos e um salto mortal à beira de um precipício.
Quase tudo era esperado, menos essa sensação de estar revoado.
Pairando sobre o ar.

"Espero que você não se esqueça disso amanhã."
Tudo bem, moça.
Lembre-se você também.

Marcos Felipe.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sobre estar só, eu sei.


Mais uma noite em claro.
Ultimamente isso vem acontecendo bastante.
E não sei explicar por qual motivo
Nem sei ao certo se isso é bom ou ruim.
Sei que é assim que eu vivo
Assim que eu costumo ser.

Copos sujos de café enfeitam a cozinha
me fazendo lembrar que enquanto o dia dorme
alguma coisa me mantém de pé.
Algo consegue me prender de tal forma a todos esses pensamentos
que mal posso sentir o cair das horas.

Receio pensar que a culpa é sua.
Ou a falta que faz não ter aqui comigo
alguém pra reclamar do barulho chato e contínuo
que a sua ausência fazia passar despercebido.
Me acostumei de tal forma a dividir com você
todas essas madrugadas vivas
que passei a estranhar essa vontade esquisita
de suprir a sua presença.

A verdade é que me habituei aos seus afagos
as suas carícias tão pouco apreciadas.
Me identifiquei com todas as manias esquisitas
que você me trouxe de presente.
Conclusão irritante e amarga ?
Talvez.
Hoje eu parei pra pensar
Você pode não ser tão ruim quanto aparenta.
Pode ser doce, tão amável quanto qualquer outra que tenha
tentado ocupar o outro lado do sofá.
Arrisco dizer necessária.

Pra quê ?
Por quê ?
Até quando ?

Ainda não consegui entender qual é o propósito disso tudo.
Qual é a charada que preciso responder?
Se é preciso aprender alguma coisa
eu sigo sem pressa.
Sem estima alguma por você, confesso.
Procurando absorver tudo que tem pra me oferecer.
Vamos juntos descobrir quanto tempo vai levar
pra você me deixar viver
sem ter de te encontrar todas essas noites
Sem me preocupar com a sua presença.


Marcos Felipe

domingo, 21 de outubro de 2012

O dia dura um ano inteiro

A vida é uma loucura mesmo.
Sei lá, mas parece que tudo não passa de uma energia abstrata criada e transformada em realdidade.
Surreal, acho que seria a palavra de definição.
Tudo desse lado do muro é mais poesia do que vida.
Tudo isso é tão pouco perto do que penso em sentir
e sinto ao pensar.


Marcos Felipe




quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Temporal


O relógio já passou das seis, me apresso para não perder a hora.
Ultimamente o tempo vem brincando de me contrariar.
Atravesso a cidade desenhando sobre todas as luzes que batem na minha janela.
Tudo que eu quero é a segurança de poder dizer realmente tudo que penso.
Tudo que sinto e não posso contar pra você.
Mais uma brincadeirinha sem graça do tempo.

Pudera eu, passar por cima disso tudo.
Ignorar todos os avisos que ganhei da vida.
Quem me dera se a ferida fosse fácil de cicatrizar.
Daria a você o meu tempo.
Apagaria essas marcas de tantos outros tempos que você viveu.

Dois passos pra frente e algumas lembranças pra trás.
Quando percebi, estava ali na sua frente.
Sorrindo.
Procurando entender as razões e o por quê.
Mas tudo bem, um dia após o outro e algumas noites até tudo se encaixar.
Um passo após o outro pra chegar até você.
Te ouvir dizer que chegou a hora de viver o novo.
Dar adeus ao peso morto que chamamos de passado.

Vou seguir o roteiro, viver o que é preciso e observar a forma que isso tudo vai ganhar.
Não sei do seu tempo, mas do meu eu não me esqueço.
Quero parar de caminhar e acabar sempre no mesmo lugar.
No mesmo banco velho e sujo da mesma praça de tantas outras histórias que enfeitam minha sina.
Espero por você.
Espero pra ver e fazer o nosso tempo acontecer.


Marcos Felipe

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Nova concepção


Chega de pensar que todos os dias
são feito jogos de azar.
Mais uma noite e tudo encontra seu lugar.
Mais duas doses de realidade 
pra arrumar o quintal
Acordar aos domingos
Pendurar receios no varal
Deixar secar.

Marcos Felipe

Novo ciclo, novas histórias pra contar.


É um tanto quanto estranha a sensação de odiar os meus escritos preferidos.
Toda vez que paro pra ler, os detesto da forma mais doce e nostálgica possível.

Enfim, terminei de passar pro tal de "notas" do facebook alguns dos meus escritos preferidos.

Agora é começar do zero.
Recomeçar o que nunca foi ponto final.

Ouvi dizer que pedra que não rola cria limo
então deixe-me voltar a procurar o meu lugar.


Marcos Felipe

domingo, 16 de setembro de 2012

Te dou mais de seis motivos pra ficar

Reli o roteiro e refiz nossos planos
Por debaixo dos panos a poeira da estrada
Da qual me perdi, sem bússola, sem mapa e sem ar.
Erga as velas, empunhe seu arpão
O último grito, um suspiro e só
Feche os olhos e deixe o vento bater
Abra a janela, desça as escadas
Esquente a lareira, encoste-se e sinta.

Deixe os seus temores pra depois
Anseios divididos por nós dois
Deixe o amor entrar, se alojar no olho do furacão
Deixe os seus temores pra depois
Anseios divididos por nós dois
Deixe o amor entrar, se alojar

Calmaria tanta
artilharia ao chão, bandeira branca
Tudo que nos faz melhor
Fique pra ver o sol se deitar
volte pro lar, cuide da casa.
Deixe escorrer o medo de caminhar.

Marcos Felipe.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mais uma canção



Aconteceu com alguém ,um ninguém.
Eu sei bem como é ser agulha no palheiro.
Peça distinta, sem encaixe
é pintura sem contraste.
Uma imagem sem moldura que perdeu sua cor.
Lá se foi viver longe de tudo,aprendiz do mundo.
Vícios e malícias pra sobreviver.
Sozinho e só.
Afoguei minhas mágoas sem máscara de respiração
afugentei as cartas que me prendiam a atenção.
Tempestade em copo d'água, joga fora a cor amarga
e faz chover um dia bom.
Ah, que bom tê-la aqui.
Bom é vê-la passar.
Bom vê-la acordar.
Passe bem e volte quando a saudade chamar.
Solidão.

Marcos Felipe.

Ps: As canções da Quase Solo são todas  feitas com o Marcos Vinícius.
Meu irmão.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sobre a noite, você e eu

Foi a primeira vez
que a noite não morreu
no portão 76.
Pés descalços
salto alto na mão.
Sala feita pra viver
mais um espetáculo.

Redecorei seus passos
arrastei seus móveis
alterei de uma só vez
a sua voz.
Os copos estão vazios
nos sirva com mais um bom vinho
e venha se deitar.

Eu sei que ouviu dizer
o quanto e bom
quis provar e
fez por merecer
sentiu o gosto
Não vai esquecer.

Já ouviu historia de ninar
mas já tem idade pra atuar
em um novo conto
num próximo encontro.



Marcos Felipe.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Fone de ouvido,nariz em pé e sorriso no bolso



Sentado em um banco de uma praça qualquer, fico observando as pessoas transitando feito máquinas pra todos os lados.

Incrível essa capacidade que o ser humano tem de se camuflar assim com o concreto.
Nessa sociedade cinza e sem graça, vejo as pessoas esquecendo de viver e se transformando em rochas.
Pois pra mim, é essa a impressão que todos tentam passar.

Fone de ouvido,nariz em pé e sorriso no bolso.
As pessoas estão tão acostumadas com a falta de educação e consciência alheia,que ao sair de casa, entram em uma espécie de armadura. Tentando se proteger de tudo e todos.
Quando e onde isso tudo vai parar?
Quando é que as pessoas vão se dar conta de que isso não adianta de nada?
GENTILEZA GERA GENTILEZA!
Agradeço todos os dias por ter entendido o quanto essa frase é importante, o quanto ela é capaz de mudar tudo isso.

Tente utilizar essa frase pelo menos um dia de sua semana, quando você achar que deve.
Tente fazer a diferença pelo menos uma vez.
Experimente sair de casa com o fone no bolso e um sorriso no rosto.
Aposto que irá se surpreender com o resultado.
Experimente mostrar para as outras pessoas, que você não é feito de ferro e parafusos.
E mesmo que não seja retribuído com cordialidade e educação,entenda que o seu papel como ser humano, você está fazendo.

Não tenha pressa.
Mesmo que você não veja os resultados
mesmo que as pessoas ao seu redor não percebam tão facilmente o que você está fazendo
uma hora a mudança acontecerá.
E então o gelo queima e a armadura se quebra.
E o ser humano
voltará a ser humano.

Marcos Felipe.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Senhoras e senhores


Próxima cena 
um desencontro entre o real 
e o roteiro rotineiro 
Como alguém 
que não pode se libertar.

Expressões, máscaras e atuações.
Em cada esquina um novo artista
criado por você 
pra sobreviver.

Festa a fantasia
maquiada de vida.
Alternativa escassa
de quem não quer enxergar além das luzes e refletores.
Me diz qual é a sensação de ser platéia da propria vida? 
Conta pra mim mais um conto burlesco seu?

Dance,encene e finja ser 
As luzes se apagam
Rosas se atiram aos palcos

Aplausos.



Marcos Felipe.


quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Escuta, pequena. 
Preste atenção nas palavras 
que fazem teu refrão.
Vem comigo ver o sol raiar 
Pequena...
Pense no depois só
quando ele chegar.
Deixa pra lá.

Aperta na mão 
a vontade de amar 
Deixa teu peito livre 
que tudo se acerta
e encontra seu lugar.
Corra pra não perder
a barca das seis 
Não precisa se arrumar 
Deixa solto o sorriso 
e vem logo navegar.


Marcos Felipe.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Que falta você faz.



Odeio essas doses de realidade que ganho da vida.
Dói demais.
Essa dor amarga eu carrego desde criança
Não por vontade própria
Me deram de presente.
O tempo passou
eu cresci
e essa dor permaneceu.


Queria escrever algo bonito 
Mas não tem jeito.
Não consigo.
Fico imaginando como seria a minha vida com você aqui 
do meu lado
No lugar desse vazio, o teu abraço. 
A sua presença.
Dói olhar no espelho e ver você aqui dentro de mim.
Dói porque é só aqui que eu posso te ver
Só assim pra me sentir perto de você.

Essa vida é tão estranha
tirou de mim tudo que um dia eu ainda vou ser.
Não importa quantos anos vão passar
esse buraco que ficou dentro do peito
não vai sair nunca do lugar.

Hoje eu sou o reflexo de um retrato.
De uma lembrança.
Não era isso que eu queria
Eu só queria ter você aqui e agora.
Eu só queria dizer pra você o quanto sinto falta 
do meu maior super herói na infância.
Sorrir sabendo que meu maior herói dos tempos de criança
está comigo.
Sentado na mesa tomando café e sujando o bigode de pão.

Hoje eu sou fruto da imaginação.
Essa vida estranha foi tão injusta
Tirou de mim antes do tempo a sua voz
antes mesmo de me apontar qualquer direção.
Mas tudo bem
Eu sei que o dia vai raiar como todos os outros.
Não tenho você aqui pra me abraçar
mas carrego teu abraço comigo
pra tudo e pra qualquer lugar.

Deixa o tempo passar pai
deixa essa vida acabar
que logo eu to com você
e ai sim, nada e ninguém mais vai me impedir de te ver
de te abraçar e te dizer o quanto o amo.

Enquanto isso eu fico aqui
Com essa saudade infinita
Olhando pro porta retrato na parede do quarto
lembrando dos dias que você estava aqui do meu lado.


Marcos Felipe.





terça-feira, 17 de julho de 2012

Efêmero


Está difícil respirar
Não tenho mais o mesmo fôlego de antes
Faço hora e espero o temporal passar.
Não adianta mais correr
pois a chuva já chegou.
Não procuro mais lugar pra me esconder.
O que era sol há muito tempo se molhou.


Agora chove do lado de dentro
Meus apelos, minhas mágoas e todas as boas lembranças se afogaram.
Só me resta caminhar
Observar a chuva cair
Sentir o gelado na ponta do nariz.
Molhar um pouco mais a vida e meus velhos sapatos.
Só me resta sorrir.
Dançar na chuva e cantar pra ela 
aquela música que aprendi em outros temporais.


Então eu sigo assim
Molhado e só
mas dessa vez
sem me desviar do meu caminho.
Chove do lado de dentro
mas eu sei que lá fora o sol bate na janela pedindo pra entrar.
Sei que essa chuva ta aqui só de passagem.
Não veio pra ficar.




Marcos Felipe.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mais uma dose


Abrir os olhos e continuar no escuro é algo que não consigo explicar.
Sinceramente,não sei se isso é bom ou ruim
Mas não quero reverter essa situação.
Não que eu queira permanecer dessa forma
Mas esse problema é bem maior do que eu pensei
e não faz diferença se eu consigo ou não enxerga-lo.


Música alta,doses de tequila e uma vontade enorme de não estar aqui.
É tudo que tenho.




Marcos Felipe.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Silêncio

Isso é tudo que eu tenho.
Tudo que não queria ter.


Dois dedos de amargura ainda me esperam no copo sobre a mesa
Janela aberta pra noite e um sofá encostado na parede da sala.
Aqui estou, fitando de longe as nuvens negras que brincam de se

desfazer no tempo.


Corro os olhos por todas as lembranças que você deixou.
É difícil acostumar com um sorriso só.
Fica um vazio
Um estranho silêncio que toma conta de tudo.
Sobra um lugar no sofá.
Sinto medo desse silêncio que chegou
Mesmo sabendo ser ele meu companheiro fiel de todas 
essas noites vazias que você me deu.


Agora eu fico aqui deitado
esperando você entrar pela porta e me abraçar.
Difícil é acordar e ter de aceitar que tudo acabou virando lembrança.
Sonhos que vão embora pra manhã chegar.




Marcos Felipe.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vamos brincar de fingir e ver quem consegue chegar ao fim desse jogo sem se machucar.

Nunca quis ser um vencedor
jamais pensei em arriscar nesse jogo de azar.

Dói, deixa marca e não acaba nunca.





Marcos Felipe.

sábado, 7 de julho de 2012

Três palavras.



Hoje eu me sinto bem.
Tudo segue em paz
e aqui estou.
Não me acanho mais
se os móveis já mudaram de lugar.
Ainda tenho algumas folhas em branco
e um lápis quebrado pra usar.

Deixe-me rabiscar algumas linhas
e contar pras paredes
tudo que eu guardo entre os girassóis
e as nuvens que juntos contamos
e guardamos dentro daquele porta retrato.

É eu sei,as diferenças são reais
Calma! Não vamos hesitar assim sem ao menos lembrar
dos dias de sol
e de todas as noites
que sonhamos e dividimos a mesma vontade de amar.
Sem pressa amor, eu tenho tempo
eu sei, você também.
Então me abraça agora
por hoje o que eu quero é ver o seu sorriso
e ouvir voce dizer que sou eu o seu abrigo.

Estou compondo a minha melhor música.
Escrevendo o meu melhor verso
Não quero promessas
Não estou em busca de certezas
Aprendi a enxergar além dos montes
e hoje estou aqui só por você.
Só pra te ver.
Não tem segredo,é só isso que eu quero dizer.
Palavras tortas e as vezes sem sentido
rabiscam no tempo os mais puros sentimentos
de um homem que aprendeu com você o que é
e como conjugar aquele verbo tão lindo e difícil
de se usar.


Marcos Felipe.


Ps: 


Talvez esse não seja o melhor momento pra postar esse texto, mas ele precisava estar aqui.
Tarde demais ? 
Não sei. Talvez.
Mas quem sabe ?
Os dias acabam
até mesmo as noites
E o que sempre fica é a lembrança.
E a saudade dos dias que não sentia essa dor
esse nó que não desata.
Enfim, ta aqui.
O nosso refrão
está aqui.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Preciso ocupar meu tempo.
Parar de me preocupar tanto com tudo 
e ver se as coisas começam a clarear.
Faz tempo que o tempo vem querendo mudar
Odeio essa sensação de que sempre está prestes a chover.


Marcos Felipe.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Aceito a condição.

Faz algum tempo que tudo se perdeu
Mas afinal, se perdeu o que ?
Não sei mais.
Não sei nem se encontrei o que perdi algum dia.

Tanto faz
Outra vez eu volto a falar sobre tudo que eu deveria esquecer
sobre você e todas as vezes que acreditei falar de nós.

Tanto fez.
Essa é a verdade.
Parece que realmente tudo não passou de mero capricho do tempo.
Glacê de um bolo de vento.
Pelo menos é isso que você me faz sentir.
Suas palavras, ou a falta delas, me levam sempre pro mesmo lugar
Pra lugar nenhum.

Não vou mais falar da dor que sinto ao fechar os olhos e ver você
e nem do amargo abraço no travesseiro por ser ele a única companhia na hora de dormir.

Quebrei a ampulheta do meu tempo
E agora o tempo que tinha
se misturou com o sangue que ficou nos cacos de vidro espalhados pelo chão.
Quem se importa ?
Você ?
Parece que não.
Nem eu, talvez.

Vamos deixar ser como bem quer
e ver até onde vai essa história mal contada e mal escrita.
Mantenha a pose, diga que continua sem se importar
e eu aceito a condição.
Vamos dançar essa música até o final
Vai ser como jogar limão nos olhos e olhar pro sol.
Mas tanto faz, tanto fez.
Afinal, quem se importa?



Marcos Felipe.




sexta-feira, 30 de março de 2012

Dançando a vida eu vou seguindo.
Sigo por ai, perdido aqui,me encontrando em qualquer lugar.
Mais uma noite, mais um motivo pra você não esquecer
que sou bem mais que mero enfeite na sua sala de estar.
Levanta e faz pose, vamos dançar a mesma canção enquanto o tempo não resolve mudar.
Encosta teu corpo no meu, levante e faça a noite clarear.
Joga pro lado esses lençóis e deixa ser como bem quer.
Canta comigo aquela música que ouvimos juntos tantas vezes.
Vamos aproveitar as luzes apagadas da cidade enquanto o tempo não muda tudo de lugar.

Marcos Felipe.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Reflexo da alma

Em que espelho perdi mesmo minha face?
vivo procurando reflexos de minha alma
procuro por diferentes olhos e olhares
um eu perdido por algum lugar.

Que o silêncio possa se estender por todo o percurso da madrugada.
Passo os olhos no espelho procurando qualquer palavra que possa me explicar absolutamente
o significado do não-amor...
que me revele o amargo, o ausente e afogue essa urgência narcisista que alcança cada pensamento meu.
Passo os olhos no espelho atrás de qualquer imagem que possa me revelar a sonata em ré maior presa aqui
em qualquer lugar.
Mas não encontro.
Mas não são nada.
Só reflexos.

Mais um verão que chega e vai embora.
Mais algumas voltas no relógio da vida
e tudo que eu vejo é o meu semblante
sempre fantasiado de cinza.
Diga-me, o que devo fazer pra voltar a ver o que outrora era festa?
Hoje o silêncio é soberano.
Talvez nem ele, de certa forma, aqui se encontra.
Diga-me, o que devo sentir pra ocupar o lugar que jamais pensei deixar sozinho?

Diga-me o que devo fazer para ocupar esse espaço vazio.
Preenchido de um pedaço de céu claro e algumas poucas folhas de papel -cheias de nada também-
Diga-me o que devo sentir pra ocupar o lugar que jamais pensei deixar sozinho.
Passo os olhos no espelho e é quando me olho nele, que o vazio se torna cheio,o silêncio se amarfanha dentro de cada entranha
e me suga o pouco do sentir que ainda me resta.
Já não me resta.


Daniela de Abreu e Marcos Felipe.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Mais uma noite

Mais uma noite em claro sem você.
Dói saber que outro dia está por começar
e você não estará aqui pra reclamar do relógio ao despertar.

Engulo a seco a amargura de ter deixado tudo chegar a este ponto.
Mais uma noite em claro pensando em você
Mais algumas horas acordado lembrando o quanto era bom ter você comigo.

O sol já encosta na janela
o silêncio da noite começa a ir embora
mas nada é capaz de ocupar o vazio que ficou dentro de mim.

Amargo é o gosto da saudade nesse momento.
Dolorosa e impiedosa
Corrói por dentro como fogo em palha.
Mas tudo bem
Deixo estar.
Não quero fuga,nem promessas.
Quero a certeza.
Quero dormir sabendo que vou abrir meus olhos e te ver.
Quero acordar e me sentir completo
deixar o tempo e a saudade de lado
e me encontrar outra vez em teu abraço.



Marcos felipe.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Interlúdio

O silêncio dói.
Dói e mata por dentro
Va ga ro sa men te.

O silêncio que me acompanha acaba com toda e qualquer tentativa de fuga
de vida ou até de morte.
Me consome.
Não sei mais o que faço pra isso tudo acabar
Pra esse silêncio tão incomodo me abandonar

Preciso da sua voz pra musicar a minha vida
Preciso da sua presença pra quebrar esse silêncio que escuto
quando procuro dentro de mim um coração.

Dedico a você todos os tons e todas as notas de qualquer refrão
que grite por mim tudo que eu venho tentando te mostrar todos esses dias.

Entenda que enquanto esse silêncio assombrar seus pensamentos
da mesma forma que arruinou os meus
tudo vai continuar dessa forma.

Espero somente uma palavra sua
pra extinguir esse amargo silêncio que nos afasta
que nos degenera.


Marcos Felipe.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O desembarque

Era fim de tarde e tudo estava em seu lugar.
Sentado na beira do cais, avistava o movimento das embarcações, que chegavam e partiam a todo momento.
Eu adorava aquele lugar,perdia a noção do tempo.
E a cada desembarque,uma nova história eu tinha pra contar.

Já tinha viajado por Itália,França,Portugal,Inglaterra,conhecido nobres cavalheiros e belas damas.
Lutei contra piratas e corsários, fui herói,descobridor,pescador e aventureiro.
De fato, era um grande sonhador.
Mas como não se perder por toda magia,insânia e beleza daquele lugar?
Não enxergava ali um simples cais, era uma grande fábrica de sonhos.

Gostava de passar o tempo observando as pessoas.
Era incrível ver aquela enorme explosão de sentimentos que as dominavam quando estavam partindo ou chegando por aqui.
Dentre todos os sentimentos,o que predominava,era uma estranha mistura de esperança e saudade.
Na maioria das vezes,expostos ao mundo com lágrimas e sorrisos.

Mais uma tarde ia chegando ao seu final quando algo me chamou atenção no meio de tudo que acontecia ali no cais.
Estava chegando mais uma embarcação, mas essa era diferente de todas as outras que ja tinha visto por ali. Seus traços refinados e sua complexa arquitetura despertaram minha curiosidade.
Esperei atenciosamente pelo seu desembarque.
Queria descobrir logo quem eram e o que faziam aqui.

As pessoas começaram a desembarcar, despertando agora não só a minha, mas a curiosidade de todos ali.
Por um momento todo aquele ritmo frenético, toda a movimentação ali contida era um simples detalhe.
Olhava ao meu redor e assim como eu, todos estavam prestando atenção nesse estranho desembarque.
Corro meus olhos por todas aquelas pessoas que desciam com suas malas e filhos daquela embarcação.
Buscava algum tipo de explicação para o que estava acontecendo, mas não estava entendendo muita coisa.
Nobres senhores e Belas moças desembarcavam, crianças correndo por todos os lados e fazendo seus criados correrem juntos.
Muitas malas, poucos sorrisos e diversas dúvidas.
Era tudo que eu conseguia ver.
Era tudo, até você aparecer.

No meio de toda aquela confusão, de todas aquelas pessoas que desembarcavam, algo me chamava muita atenção.
Na verdade, alguém acabava de roubar toda a minha atenção.
Acabo por fixar meu olhar em uma só direção, em um só rosto.
E tudo agora passa a ser segundo plano, por um breve momento, senti como se o tempo tivesse estático.

De fato, estava perplexo.
Jamais havia encontrado tanta beleza em uma só pessoa que tenha passado por ali.
Observava o seu desembarque, e nada mais me importava.
Me perdi por toda beleza que tinha acabado de encontrar naquela pequena moça.
Uma pequena moça desajeitada, tentava arrumar seu cabelo que voava para todos os lados com o vento forte.
Seu cabelo escuro, deixava sua pele ainda mais clara.
Traços delicados e minuciosos desenhavam seu rosto.
Mesmo de longe, podia ver um lindo sorriso acanhado que surgia naquele momento.
Mas o que mais prendia minha atenção eram seus olhos cor de noite.
Seus lindos olhos escuros e intrigantes,misteriosos.

Precisava arrumar um meio de me aproximar, não sabia ao certo porque precisava fazer isso, mas queria ver essa moça de perto e confirmar tudo que naquele momento eu já sabia:
Estava encantado por completo.
Um milhão de sentimentos acabavam de se misturar dentro de mim, criando alguma coisa forte o suficiente pra me fazer ir ao seu encontro.

Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, fui surpreendido.
Quando me dei conta, ela caminhava na minha direção.
Não sabia o que fazer, ela estava se aproximando e tudo que eu conseguia fazer era ficar parado
observando aquela linda moça cada vez mais perto.
Eis que então mais uma vez algo me surpreende.
Minhas mãos começam a formigar, um estranho frio na barriga me surge
e onde foi parar mesmo todo meu ar ?

Ela estava ali, parada bem na minha frente.
Meu coração dispara feito um cavalo de corrida.
Ela era bem mais encantadora do que eu tinha visto de longe.
Inevitavelmente,solto um sorriso enquanto corro meus olhos por ela até chegar em seu rosto.
Me deparo agora com um olhar acanhado, ainda intrigante, mas desta vez, sereno.
E então ela sorri pra mim, e meu coração que antes batia feito um louco, se acalma.
Penso em um milhão de coisas pra falar,
mil maneiras de começar uma conversa e tudo que eu consegui soltar foi um pequeno "oi" fantasiado de amarelo.

- Oi.

- Olá, você poderia me ajudar ? - Disse ela ainda com aquele belo sorriso no rosto.

- Sim, posso. Do que você precisa ?

- Gostaria de saber onde fica a loja do senhor Almeida.

- Almeida ? Ricardo Almeida ? - Sabia que se tratava mesmo do senhor Almeida, mas mesmo assim, pergunto na esperança de render mais um pouco aquela conversa.

- Sim, ele mesmo! Pode me dizer como chego até a loja dele ? - Ainda sorridente, ela torna a repetir a sua pergunta.

- Sim claro! É só você seguir adiante e logo você encontrará a loja. - Sem tirar os olhos dela, aponto por onde ela deve prosseguir para encontrar a loja do senhor Almeida, torcendo para que ela me peça para leva-la até lá.

- Ok, muito obrigada! - Ela me responde sem muitas delongas enquanto pega sua mala e desvia seu olhar para a direção que eu a indiquei.

- Desculpe perguntar, mas o que procura na loja do senhor Almeida ? - Pergunto a ela com um pouco de receio do que ela possa responder.

- Sou filha dele, vim para morar e estudar aqui, perto do meu pai. - Ela me responde um pouco sem graça, olhando novamente em minha direção.

- Entendo. Bom, espero que goste da cidade, costumo passar muito na loja do senhor Almeida para jogar conversa pro ar. Algum outro dia apareço por la e caso queria conhecer melhor o lugar onde vai morar, posso te mostrar a cidade. - Quase que sem nenhuma esperança, a convidei para um passeio,precisava arrumar algum jeito de encontra-la novamente.

- Olha, por mim tudo bem! Não sou muito de sair, mas de fato preciso conhecer um pouco este lugar. E já que meu pai não terá tempo de fazer isso por mim, passe na loja e conversaremos melhor. - Falou a bela moça dos olhos cor de noite enquanto começava a caminhar para a loja do senhor Almeida.

Por dois segundos eu senti meu coração parar.
Não sabia ao certo se isso era bom ou ruim
mas de qualquer forma, sei que o que tinha acabado de acontecer
era forte o suficiente pra me deixar assim.
Estático.

Mais dois segundos se passaram e então consigo voltar a realidade quase perdida no meio de milhões de pensamentos que me vieram a cabeça naquele momento.
Quando me dei conta, ela já estava caminhando
e por um breve e satisfatório devaneio, acabo por me esquecer de perguntar seu nome.
Mas não me importa.
Nada me importava naquele momento.
Sem entender bem o que estava acontecendo comigo, só conseguia sorrir.
Sorria com o coração, e sem me preocupar com mais nada
sabia que de alguma forma,teria muitos outros motivos pra sorrir
por causa daqueles lindos olhos cor de noite.
Sabia que todas as histórias vividas e contadas por mim, não se comparavam a que começava a ser escrita ali, naquele momento.




Marcos Felipe.