Meus sonhos verdes

Arrisco-me a escrever aqui tudo que penso,sinto,creio e quero.

Tudo que sou eu.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Talvez, você.

Mentiras se repetindo até virarem verdade.
Lucidez embriagada, faz teu mundo perder brilho.
Mas afinal, me diz qual a graça de viver assim?
Sempre entorpecida, afogada nas próprias tramas dessa sua estranha maneira de curar feridas.
Fecha os olhos, se esconde e corre do sol, mas chora, lamentando-se com a lua dos dias cinzas que não vão embora.
Derrama sobre a mesa, litros e mais litros de hipocrisia.
Omite à você mesma os próprios sorrisos, a calmaria.
Mas não te importa, se é sempre tudo uma grande mentira.
Outro dia vai passar, outras horas vão chegar
e cá pra nós, você não tem motivos pra mudar.
Afinal, se nada disso te faz pensar, pra que abrir os olhos?
Que diferença vai fazer ?
A verdade é aquilo que você não se preocupa em entender.
Mas quem se importa ?
Eu? Você?
Vai saber...

Marcos Felipe

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sobre o quarto, 505.

"Mas eu sei,  ainda há luz
onde a sombra se alojou.
Vagalumes escondidos brilham em segredo.
Teus costumes bêbados, são apenas anseios apontados
num espelho de banheiro."

Marcos Felipe.

domingo, 3 de novembro de 2013

Sobre algumas horas mortas


Sete e cinquenta e três.
O silêncio da madrugada que já fora amigo, se foi.
O mundo volta à sua rotina.
Domingo, tudo parece estar em seu devido lugar.
Mais um dia como outro qualquer.
Bom dia camarada!
Bom te ver!
Por onde esteve ?
Ontem pensei que fosse hoje.
E hoje, quando será ?
Não sei.
Talvez nem deva saber.
Tanto faz.
Certeza tenho de que andaste por onde deveria estar.
E sei que vai continuar a ser assim.
Não se prende luz em caixa parda.
Não se prende sol em chuva branda.
Deixa brilhar.
Deixe entrar.
Abra a janela, tome um café e sente-se.
Sinta-se.
Sabemos que o tempo haverá de passar
Levará de nós tudo que ainda não temos
Então deixe ofuscar o que não cabe aos olhos.
Sinta queimar.




Marcos Felipe

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sobrecarga

Sobre a carga, sóbrio.
Sóbria carga, subo.
Sobe a carga, revigora.

Marcos Felipe

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

...

Tempo difícil esse que chegou.
Vazio, estranho, alojado.
Inflamado e sem prazo de validade.
Como todos nós, perecendo.
Apertado, como todos os nós.

Marcos Felipe

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Eu não quero ser domingo

Legal mesmo é ver o tempo passando
As máscaras caindo
O baile acabando.
Tudo se perdendo.
Falta cor, falta verdade
O que não falta, é vaidade.

Legal mesmo é ver sorrisos postiços por todos os lados
Serpentinas espalhadas no salão.
Aquela festa toda, cheia de felicidades de verão.

A música parou.
O confete, desanimou.
As luzes não encantam mais.
Rostos cansados começam a se espalhar por todas as partes.
Semblantes desolados.
As mesmas pessoas, cheias de problemas e rotinas banais.
Todos na mesma nota, em tons de domingo.
Já nem sei se é mesmo tão legal assim toda essa festa.

Marcos Felipe



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Devaneio lúdico de um cata-vento


Frio na barriga.
Estranha sensação que me dá quando sinto que o mundo está prestes a girar.
Pra todo o mundo, o mundo gira, dá voltas.
Mas quando é comigo, meu amigo.. 
Fico tonto, perco o ar.
Me some o chão.
Encontro alguns minutos depois, e lembro que é chegada a hora de soltar.
Saltar.
Aperto no peito.
Dois dedos de cachaça pra esquentar.
Dois terços além da conta.
Acho que vou ter de pendurar.
Pendurar sapatos pelo asfalto.
Perdurar sorrisos lá do alto.
Lá, de onde eu não consigo voltar.
Ainda nem fui, na verdade.

Não foi.
Continua aqui, à me acompanhar.
Sabe que é bem vinda.
Talvez por isso, insiste tanto em me alugar.
Pois aqui, sempre estará em casa.
Já nem me preocupo mais em fazer sala.
Chega sempre do mesmo jeito
Fulminante, algoz.
Serena de vez em quando.
Chega e fica.
Até o sol sair pra trabalhar.
E então os sinos param de soar
O barulho do mundo, que outrora era de se admirar, começa a chacoalhar notas dissonantes por todo o meu corpo.
Mais dois dedos.
Dessa vez, um de café e outro pro coletivo que acabou de apontar lá na dobra da avenida.
Foi embora, assim despercebida.
Foi sem despedida.
Foi, mas logo bate aqui na porta.

Até que enfim, cheguei no meu lugar.
Dois dedos de alguma coisa pro estômago não reclamar.
Suspiros, olhos cansados, fixos no teto sujo de tinta azul.
Despertador atento.
Nada mais além do silêncio.
Somente eu e meu corpo exausto prestes a se desligar.

Marcos Felipe. 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Utopia social


O tempo passa e não apaga as coisas que você fez
Não muda quem você foi.
Hoje conheço tantas pessoas que cultivam um moralismo ridículo e desnecessário
Se esquecendo de quem elas já foram.. 
Gente pequena, com tão pouco a oferecer..
Adornam uma reputação mentirosa e cínica
Fingindo um ser pra todo mundo
Fingindo ser.


Marcos Felipe

quarta-feira, 3 de abril de 2013



Penso que seria divertido mudar a cor das paredes do meu quarto.
Talvez trocar alguma história de lugar.
Sabe, cansei dessas paredes azuis.
Sempre com o mesmo tom, de nada acontece.
Pensei em rabiscar algumas coisas
Recortar, colar.
Pendurar alguns sorrisos.
Pois bem, chegou a hora.
Chegou na hora.


Marcos Felipe

domingo, 31 de março de 2013

Bomba relógio

Meu amigo, você não pode sair passando por cima das outras pessoas do jeito que está fazendo..
Quem é você ? 
Até ontem, tinha um nome, um "respeito" que ganhou por conta de outros nomes e credibilidade, que foi concebida à você não por quem você acha ser
mas por quem lhe dava suporte.

Meu amigo.. 
Preste atenção nas escolhas que você faz
Ultimamente, sua petulância é tão grande quanto a burrice que sempre teve.
Tome cuidado, essa bomba relógio está prestes a perecer.

Olhe pros lados, se preocupe em ver a sua volta.
Quem está com você ? 
E quantos deles podem fazer você crescer? 

Ninguém, meu amigo, vai te ajudar a se erguer.

Lembre-se disso antes de fazer por merecer esse seu destino
Torto, sujo e doentio.

Abrace as suas escolhas, meu amigo
Cuide do que você nunca teve
Do que você nunca foi
Cuide do que você não tem enquanto ainda pode.

Tentei te avisar antes sobre tudo isso
Eu juro que tentei.
Mas o meu erro, meu amigo, foi querer te proteger.

Te livrar do fracasso que é você.


Marcos Felipe



sexta-feira, 1 de março de 2013

Ouro de tolo


Futilidades amarradas na superfície do que não tem por dentro.
Isso é tudo que consegue ser.
Abriu os olhos mas continuou sem entender.
Procurou exílio em verbos que não aprendeu a conjugar
No reflexo que esqueceu de plantar
No espelho que saiu pra viver.
Na imagem que nunca existiu.
E agora ?
Quem é você ?

Marcos Felipe 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Por favor, entenda

De braços dados com a loucura.
Sobrevivemos a tudo, meu amor
Não leve embora o meu sorriso
Abrace a vida, como for.

Dê braços dados à loucura.
Subentendemos a todos com vigor
Não escureça o teu vazio
Vivendo em tanto desamor
Reflita-se sempre 
Sem pressa, enquanto for.

Marcos Felipe


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Egonizando


Sempre abrimos os olhos pra ver o que não se pode enxergar.
Mas nem sempre conseguimos chegar até onde os olhos passam.
Onde os olhos deveriam ficar.
Fechar.
O que é sempre, fica só.
Sempre fica, mas nem sempre é.
E o que foi ?
Me diz você, que nunca quer ser.
Deixa de dizer o que é
Deixa pra lá.
Deixa ser, mas nunca de estar.

Marcos Felipe 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Entrelinha


Deixa essa saudade morrer.
Joga fora o teu receio.
Deixa que o vento leva embora a flor, o gosto amargo do café de ontem e as tardes de chuva.
Tudo passa.
Passa e volta.
Então deixa...
Deixa essa saudade se perder.
Que tal ficar pra escrever uma outra frase sem memória?
Vem dançar e esquecer da hora.
Pois o tempo, esse não volta.
Vem dizer que não quer mais outro lugar pra ser.
E então, deixa...
Vamos ver essa saudade ir embora.
Vem...
Esquece a tua sanidade no sofá.
O normal, de tanta sombra se desfaz.
De peito aberto, diz pro vento
que um dia há de se encontrar.
Abre a janela, deixa o sol entrar
Diz pro tempo que chegou a hora.
Que o relógio já tocou
E ventou, parou agora.
Vem dizer que eu não preciso mais me preocupar com despedida.
Que a sua passagem, dessa vez é só de ida.
Vinda.

Marcos Felipe

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


O normal, de tanta sombra se desfaz.
De peito aberto, diz pro vento
que um dia haverá de se encontrar.
Abre a janela, deixa o tempo entrar
Diz pro vento que chegou a hora
Que o relógio já tocou
E ventou, parou agora.

Marcos Felipe.