Meus sonhos verdes

Arrisco-me a escrever aqui tudo que penso,sinto,creio e quero.

Tudo que sou eu.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Quanto tempo tem o tempo?
E quanto tempo dura o tempo
que o tempo tem?


Marcos Felipe

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sabemos fingir

A verdade, é que eu me cansei de ser eu mesmo.
Porque todas as vezes que fui, não voltaram.
E todas as vezes que voltaram, eu não fui.
E não foi.
E se não é, não tem de voltar.

Marcos Felipe

domingo, 16 de dezembro de 2012

Diamantes


Salão de festa
enfeitado com safiras e rubis.
A mão que espera, tira da terra
a pedra certa pra nunca mais
viver assim.

Anseios lapidados pra mudar o nosso tom
Detalhes esquecidos
Pra emudecer o canto altivo
de quem um dia já brilhou.
Mas se deixou levar.
E a cobiça, tantas vezes nobre amiga
Um belo dia, lhe arruinou.

Agora brita, sem valor e boa estima.
Busca paz em tons de cinza
Anda só, sem desfile em avenida.
Provando o gosto amargo
dessa vida esquisita.
E no espelho, agora vê um rosto opaco.
Que um dia, já foi pedra bonita.


Marcos Felipe.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quatro horas e alguns minutos aleatórios


Diamantes não lapidados, são diamantes sem valor.
E a forma que um diamante pode tomar, depende única e exclusivamente dele.
Diamantes só se preocupam com uma coisa:
Brilhar.
Diamantes estão sempre em busca da mesma coisa:
Cobiça.
Precisam disso.
Diamantes pra mim são como brita.
Diamantes que de tanto brilhar, se tornam opacos.
Acabam perdendo a graça.

Marcos Felipe.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Queria ser legal.
Queria assistir televisão
e ver jogos aos domingos.
Queria ver faustão
e globo esporte.
Queria ir pra balada e me sentir bem com isso.
Queria tirar carteira e fazer faculdade de adm
ou virar dentista
e arrancar sorrisos.
Queria ...
Mas não consigo ser assim
e isso me irrita.
É chato viver dessa forma
e eu não queria ser chato.
Mas não consigo ser de outro jeito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O dia em que seus olhos mudaram de cor

Mais uma noite despretensiosa.
Cinza como tantas outras que passei.
A ideia era a mesma, as pessoas eram as mesmas.
Quase tudo já era esperado, até o acaso resolver aparecer.
Mas tudo bem, não mudou muita coisa.
Até então, o plano era o mesmo.
Convite feito, resposta acanhada e acompanhada de um sim quase não.
Receio esquisito de ambas as partes.
Silêncio quebrado com velhas, novas e repetidas histórias.
O tempo chegou e foi embora, mas confesso não ter sentido falta.
Vontade imersa em doses de vodka e muitas palavras que brincavam de se encaixar no ar.
Quatro horas, com mais alguns minutos aleatórios e uma madrugada pela metade.
Quanto tempo tem que já não sei do tempo?
Não vi você chegar, também não me lembro de ver você ir embora.
Esquisito foi notar que já faz tempo que o tempo vem passando
e só agora me dei conta de que seus olhos de menina, mudaram de cor.
Eis a minha indagação mais profunda e incômoda que acabara de surgir:
O que fazer ?
Congelei por alguns segundos pensando em tudo que estava acontecendo naquele momento.
Mais um devaneio torto e aleatório que eu criei, ou realmente algo estava diferente ?
Não sabia (e ainda não sei) transformar essas interrogações em pontos afirmativos.
Tudo que eu consegui pensar e fazer foi me deixar levar.
Estava tão divertido observar você dessa forma, sem seus olhos de menina.
Não me contive, tentei te contar tudo isso da forma mais simples e resumida que pude.
Hesitei. Você também. Mesmo assim, arrisquei.
Venda nos olhos e um salto mortal à beira de um precipício.
Quase tudo era esperado, menos essa sensação de estar revoado.
Pairando sobre o ar.

"Espero que você não se esqueça disso amanhã."
Tudo bem, moça.
Lembre-se você também.

Marcos Felipe.