Meu querido vício

Acordei com uma vontade imensa de escrever para você. Escrever por estas páginas um pouco dos meus sentimentos. Descrevê-los.

Há exatos trinta e nove dias que me perdi novamente por caminhos onde jurei nunca mais passar. Minhas promessas foram todas abaixo, e todas as vezes que eu jurei nunca mais me importar com alguém além de mim, viraram passado.
Minha vida não estava muito bem, tinha tudo pra seguir o meu caminho cinza e sem graça. Estava munido de bons motivos, boas armas e de um coração revestido de pedra.

Foi tudo em vão!

Me preocupei tanto em fechar o meu mundo contra tudo e contra todos, que me esqueci de fazer um Plano B, uma rota de escape. E então você surge, me desarmando totalmente, cessando todo e qualquer tipo de tentativa de fuga que eu poderia ter no momento em que me dei conta do que me aconteceu e do que tudo isso poderia causar.

Baixei a guarda. Estava perplexo.

Não imaginaria nunca que mesmo diante de todas as armadilhas criadas por um coração machucado, alguém conseguiria novamente se aproximar o bastante para quebrar todas essas barreiras.
Um coração que não tinha mais pulso, que foi esquecido até mesmo por mim, revestido de pedra – como estava até o momento -, sem querer ele voltou a bater. Pois mesmo sem saber, mesmo sem entender o que aconteceu, nossos corações nunca erram.
E por você, o meu acaba de se refazer.

É realmente incrível parar pra pensar como isso pode ter acontecido em meio as circunstâncias que existiam.

Onde tudo era cinza e sem vida, onde tudo se resume em pedras, eis que nasce uma flor. Tão delicada e ao mesmo tempo tão forte, um contraste ameaçador. Em meio a essa grande névoa cinza e sombria não esperava por nenhuma cor, não esperava nada, ninguém.
Até descobrir essa perfeita flor: você.

Então tudo ao meu redor volta a ter vida, e alguns detalhes que estavam passando despercebidos tiveram seus valores recuperados e passaram a fazer diferença novamente pra mim.

Como pude cometer a burrice de fechar meus olhos para tudo de mais lindo que um ser humano pode ter? Como fui capaz de viver acreditando em medos e mentiras que eu mesmo criei para me proteger de um perigo inexistente? Sinceramente não encontrei respostas para essas perguntas, mas isso já não é importante.

Eu estou feliz. Sempre fico feliz quando algo ou alguém consegue me surpreender e me deixar sem saber o que fazer e como agir. No fundo eu sei que era isso que estava faltando. Tudo estava muito previsível na minha vida, e levar uma vida rotineira cansa.
Eu precisava me arriscar mais;
Precisava ver a vida por outro ângulo;
Precisava de alguém que me fizesse sentir novamente esse frio na barriga que me surge toda vez que eu penso em você, que eu te vejo;
Precisava me libertar dessa rotina que estava me consumindo e transformando em pedra o melhor de mim.

E sempre que eu parar pra pensar em como tudo isso foi acontecer de uma hora pra outra, sempre que eu fechar meus olhos e ainda assim conseguir te ver, tenha certeza de que estarei sorrindo.
Sorrindo por ter você comigo, por saber que finalmente encontrei alguém que me faça sorrir e ser feliz de verdade.

Obrigado. Sim, muito obrigado.
Por ter cruzado o meu caminho e mudado completamente o meu destino.
Obrigado por estar ao meu lado a trinta e nove dias. Ou seriam anos? Séculos, talvez. Nunca saberei ao certo.
Obrigado por todas as palavras ditas, sejam elas realmente palavras, gestos ou olhares.
Obrigado por me trazer de volta a felicidade, que se tiver um nome específico, não tenha dúvidas de que será o seu nome.
Obrigado por cada beijo e por cada sorriso que já estão gravados em mim de todas as formas possíveis.

Obrigado por me trazer de volta à vida.

Resumiria todas essas palavras em uma única frase.
Mas essa, não dá para escrever, não foi feita para ser lida.
E nós dois sabemos disso.

02/07/2010 *-*

06/07/2010 ♥

1º de muuuuitos meses *-*

E mesmo que eu passe eternidades dizendo o quanto estou feliz por ter você ao meu lado

seria pouco...

quase nada, diante do que realmente eu sinto e tenho aqui dentro do meu peito

Amor.

Marcos Felipe.