O relógio já passou das seis, me apresso para não perder a hora.
Ultimamente o tempo vem brincando de me contrariar.
Atravesso a cidade desenhando sobre todas as luzes que batem na minha janela.
Tudo que eu quero é a segurança de poder dizer realmente tudo que penso.
Tudo que sinto e não posso contar pra você.
Mais uma brincadeirinha sem graça do tempo.
Pudera eu, passar por cima disso tudo.
Ignorar todos os avisos que ganhei da vida.
Quem me dera se a ferida fosse fácil de cicatrizar.
Daria a você o meu tempo.
Apagaria essas marcas de tantos outros tempos que você viveu.
Dois passos pra frente e algumas lembranças pra trás.
Quando percebi, estava ali na sua frente.
Sorrindo.
Procurando entender as razões e o por quê.
Mas tudo bem, um dia após o outro e algumas noites até tudo se encaixar.
Um passo após o outro pra chegar até você.
Te ouvir dizer que chegou a hora de viver o novo.
Dar adeus ao peso morto que chamamos de passado.
Vou seguir o roteiro, viver o que é preciso e observar a forma que isso tudo vai ganhar.
Não sei do seu tempo, mas do meu eu não me esqueço.
Quero parar de caminhar e acabar sempre no mesmo lugar.
No mesmo banco velho e sujo da mesma praça de tantas outras histórias que enfeitam minha sina.
Espero por você.
Espero pra ver e fazer o nosso tempo acontecer.
Marcos Felipe