Sinto saudade dos tempos de criança, onde tudo era colorido,tudo era tão mais simples.
Saudade da minha inocência, da minha infantilidade.
Não tenho muito do que reclamar, tenho uma boa família apesar de tudo, tive uma ótima infância, e vários exemplos que sigo até hoje.
As vezes me pego pensando no dia de amanhã, me assusto ao tentar imaginar quem vou ser daqui um ou dez anos, me assusto pelo fato de não conseguir pensar nisso, de não vizualizar o meu futuro e tudo que eu planejo.
É cruel a vida de quem não tem nenhum propósito, dói bastante viver sem saber o que me espera daqui pra frente.
Tudo se torna tão difícil quando você começa a ver a vida como ela realmente é, não é aquela explosão de cores que eu vi na infância, também não é como aquela linda história que meu pai me contava todos os dias antes de dormir.
A vida é fria, escura e impiedosa.
A medida que eu procuro entender mais sobre tudo isso, começo a trilhar um caminho cheio de incertezas e medos que fazem questão de sempre me perturbar.
Medo de viver? Não, não mesmo, medo do que me espera, medo do que ainda não consigo entender.
Não tenho muitas escolhas a fazer, posso viver como um animal doméstico, sempre preso por uma coleira, sem vontade própria e planos reais, apenas existindo. Ou então continuo a caminhar, tentando olhar em todas as direções e não só para frente.
Não tenho garantia nenhuma de que estou fazendo a escolha certa, mas sei que devo continuar caminhando, devo seguir meus próprios passos, e encontrar todas as respostas que procuro. Uma tarefa um tanto quanto assustadora, porém necessária.
Então continuo sempre assim, enfrentando meus medos, trilhando o meu caminho sem nenhuma idéia do que vai acontecer, aprendendo a viver comigo mesmo.
Marcos Felipe