Dois dedos de café.
Forte, com um pouco de açúcar.
Quente, eficaz.
Senta, olha pro chão.
Pede um cigarro picado no balcão do bar.
Dois tragos pra aceitar a condição.
Transborda...
A tarde, a cabeça e o cinzeiro cheio de vírgulas mal resolvidas.
Mais uma dose.
De lucidez, pra variar.
Não quer esquecer o que se empenha tanto em evitar.
Não dessa vez.
Aguarda...
Recupera o fôlego.
O norte, tantas vezes camarada, desistiu de apontar sempre a mesma direção.
Mas não tem pressa não
Tempestade em copo d'água não mata a sede.
Levanta a cabeça
Sorrindo, aperta o passo.
Não liga mais pras pedras no sapato.
Cansou de esperar por noticias daquele abraço apertado que não volta pro lugar.
Deixou na mesa as chaves de casa, o passado e a conta à pendurar.
Entendeu.
Foi buscar.
Marcos Felipe